“Na próxima vez que você andar na chuva, pare e pense: um pouco da água que cai sobre você já circulou pelo sangue dos dinossauros e estava nas lágrimas de crianças que viveram há milhares de anos atrás”
(M. Barlow e T. Clark)
(M. Barlow e T. Clark)
O volume de água que existe no Planeta Terra – em torno de 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos – tem sido mais ou menos constante. Parece incrível, mas água de antes do tempo dos dinossauros é a mesma água de hoje. Isso acontece porque o ciclo da água, iniciado há bilhões de anos, continua se repetindo.
1. O calor aquece a água dos oceanos, lagos, rios, geleiras e dos organismos vivos (plantas, homens e animais) e faz com que ela se evapore.
2. Nas camadas mais altas da atmosfera, o vapor se transforma em nuvens e retorna à Terra em forma de chuvas.
3. Parte da água se infiltra no solo, e é absorvida pelas raízes das plantas. O que sobra, chega aos lençóis de água subterrânea e aos mananciais.
4. As plantas “devolvem” a água transpirando pelas folhas; os animais (homens e mulheres inclusive) também devolvem água à Natureza pela transpiração, lágrimas, urina e fezes.
“Terra, planeta Água”
O compositor Guilherme Arantes tem razão de chamar o nosso planeta de Água. Sabe por que? 75% da superfície da Terra é coberta por água. A proporção de água no corpo humano adulto é igual à proporção de água no planeta. Mais um sinal de que somos mesmo parte de uma mesma teia, a teia da vida que une o planeta a tudo o que nele existe. À medida que envelhecemos, vamos secando, feito uma folha no outono: até os 2 anos, 75% a 80% de nosso corpo é formado por água; aos 5 anos, esta porcentagem cai para 70% até que, depois dos 60 anos, temos apenas 58% de água no organismo. Uma pessoa totalmente seca estaria morta. O nosso planeta também.
Razões para poupar a água
Se o planeta tem muita água e a quantidade de água pouco varia, por que a gente tem que se preocupar em economizar água? Por cinco razões.
Primeira: só 1% da quantidade de água da Terra é de beber. Cerca de 97% da água do planeta é salgada. Está nos oceanos e mares e é muito difícil – e caro – retirar o sal da água do mar, tornando-a boa para beber. Descontando também a água congelada nos pólos, o que sobra para matar a nossa sede? Menos de 1% !
Segunda razão: a água potável nem sempre está onde estão as pessoas. Quer um exemplo? No Brasil, 80% da água potável está na Amazônia, onde está apenas 5% da população do País. Já o Estado de São Paulo, que concentra 30% da população brasileira, possui apenas 1,6% da água potável.
Segunda razão: a água potável nem sempre está onde estão as pessoas. Quer um exemplo? No Brasil, 80% da água potável está na Amazônia, onde está apenas 5% da população do País. Já o Estado de São Paulo, que concentra 30% da população brasileira, possui apenas 1,6% da água potável.
Terceira razão: para a gente se preocupar com a água é que, enquanto a quantidade de água na Terra fica a mesma, a população não pára de crescer! No tempo de Cristo, éramos cerca de 130 milhões. Em 1650, havia no mundo cerca de meio bilhão de pessoas e, hoje, somos mais de 6 bilhões de pessoas.
Quarta razão: de alarme: o consumo de água cresce mais que o aumento da população. Isso tem a ver com o crescimento das cidades. Em 1940, apenas 30% dos brasileiros moravam nas cidades; hoje, vivem nelas 81%. O desenvolvimento das cidades trouxe fábricas, plantações irrigadas, água encanada nas casas – e isso levou ao maior consumo de água. Tanto assim que, nos últimos 60 anos, enquanto a população mundial dobrou, o consumo de água ficou sete vezes maior!
Quinta razão: de alarme: cidades mais desenvolvidas, além de consumir mais água, produzem mais lixo, tanto nas casas quanto nas indústrias. Isso pode poluir o meio ambiente – e a qualidade da água.