Falemos dos males do mundo e dos seus desapegos,
das fontes que não jorram, dos homens e dos seus medos,
das angústias que a todos apoquentam e dos seus universos,
dos dramas que se escondem na luz dos mais belos versos.
Lembremos os becos escuros dos antigos sofrimentos,
as sombras que acordam dores e enchem de lamentosas noites
e os dias em cada recanto obscuro da vida
ocultando do pássaro anónimo as penas da asa ferida.
Andemos por aí percorrendo ruas,
montanhas e pradarias com os olhos abertos ao conhecimento das estradas,
das vias e dos corações de quem afinal habita o quotidiano das casa
se nelas espalha pétalas de esperança em renascidas rosas.
Saibamos amar o condenado,
perdoar-lhe os crimes,
as diferenças e aproximar as margens dos mistérios do tempo,
dos milagres e das crenças,
construindo pontes e destruindo muros,
erguendo edifícios nas suas estruturas,
como quem conhece na doença a raiz e o sentido de todas as curas.
Eis porque a alma nos aquece a consciência
e nos impele para a jornada onde nos espera quem precisa de um sorriso,
de uma mão ou até de nada mais importante do que um gesto
não previsto em qualquer calendário:
cumprir o sonho de abraçar sem perguntas todo o homem,
o doente solitário.
E assim amanhã
poderá haver um pouco mais de sol
no centro de todas as coisas e lugares.
E os homens serão transparentes e iguais às águas límpidas
dos desconhecidos mares.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
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Um comentário:
Essa preocupação é eterna. Poucos fazem, muitos ignoram. Abraço amigos
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